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quinta-feira, 1 de março de 2012

DROGAS: Quem é a maior vítima?


O uso de drogas nas estradas vêm se tornando algo muito comum entre caminhoneiros de todo o país. O consumo de anfetamina no Brasil é alarmante, o Governo Brasileiro vem sendo alertado pela Organização das Nações Unidas quanto ao consumo excessivo, que cresce devido à procura dos caminhoneiros, que se sentem estimulados para dirigir por mais tempo com o uso da substância.
Cargas perecíveis em transporte inadequado, valor baixo do frete, carga horária cada vez maior e pouco tempo para descanso são alguns fatores apontados como as principais causas que levam os caminhoneiros a utilizarem drogas. O próprio transportador, muitas vezes disponibiliza a droga ao motorista, incentivando-o a fazer seu uso, visando mais lucratividade e maior rendimento no trabalho, sem saber que estará aumentando os riscos no volante, já que o motorista estará sujeito a acidentes, colocando em risco a carga transportada e sua própria vida.
Drogas como cocaína, álcool e anfetamina são as mais comuns nas estradas e são vendidas à luz do dia, muitas vezes até por funcionários de postos de gasolina e restaurantes, que disponibilizam o produto com muita facilidade. Com isso, os motoristas não têm dificuldades em encontrar o produto, e o custo é acessível ao seu bolso, já que prefere gastar um pouco do dinheiro em drogas, para lucrar em cima de mais fretes que ele fará em função de estar sob o efeito de drogas estimulantes. Mas essa visão dos motoristas é um grande engano, pois, inicialmente essas drogas têm um efeito estimulante e, após sua declinação no sangue, levam a intensa fadiga, que pode levar a um apagão, e o motorista pode acabar dormindo na direção do veículo.
As drogas utilizadas pelos caminhoneiros são as drogas estimulantes, são substâncias que aceleram a atividade do sistema nervoso central (Cérebro), que passa a funcionar mais rapidamente. Assim, o motorista sob seu efeito corre mais, come e bebe menos, fazendo com que um percurso longo seja percorrido em um pequeno intervalo de tempo. Muitos motoristas que utilizam a droga não sabem de sua origem, é importante ressaltar que é um estimulante sintético, ou seja, fabricado em laboratório, porém, algumas vezes é fabricado em fundo de quintal, o que aumenta os riscos para os motoristas, que são vítimas de acidentes ocasionados por falta de atenção e descontrole no volante, causados pelo uso dessas substâncias.
É importante ressaltar as conseqüências que o uso dessas substâncias podem trazer ao motorista, que é afetado tanto no estado físico, quanto no estado emocional, deixando-o muitas vezes com um comportamento mais agressivo. Além disso, surgem diversos problemas de saúde e muitos acabam se agravando, o que pode levar a morte. Uma outra conseqüência do uso de drogas é a dependência psicológica que o motorista passa a ter, quanto mais ele usa, mais ele quer, muitas vezes até sobrepondo uma dose a outra o que agrava ainda mais seus efeitos.
De acordo com Dirceu Rodrigues Junior, médico da ABRAMET, as drogas mais comuns nas estradas são: Anfetamina, maconha, cocaína e crack. Essas drogas são substâncias psicoativas, ou seja, atuam no sistema nervoso central, comprometendo principalmente a atenção, concentração, raciocínio, vigília, reflexo motor, sensibilidade tátil, visão e audição.
“Essas drogas levam a um processo degenerativo do sistema nervoso central, deixando em conseqüência múltiplas alterações e doenças como: dependência química, desajuste social, desordens psicológicas, depressão, psicose perigo de overdose, parada respiratória, parada cardíaca, doença cardiovascular, doença respiratória, insuficiência hepática, renal, além da possibilidade de desenvolver câncer” afirma Dirceu.
Uma droga muito conhecida e utilizada por caminhoneiros é o “rebite”, constituído pela anfetamina e seus derivados. O rebite foi lançado no mercado farmacêutico como descongestionante nasal, foi usado também como revigorador na II Guerra mundial e na Guerra da Correia, hoje é indicado para moderador de apetite com receita médica e é muito usado por caminhoneiros como uma droga estimulante. O rebite pode ser usado como pó, cachimbo, e em forma de comprimido, também pode ser digerido em bebidas alcoólicas, o que agrava mais a situação, pois ocorre uma potencialização dos efeitos, as drogas em geral, quando associadas ao álcool constituem de 40 a 70% dos acidente fatais.
O consumo dessas substâncias no Brasil é alarmante, de acordo com uma pesquisa feita pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, de Ribeirão Preto, 30% dos caminhoneiros fazem o uso de substâncias a base de anfetamina para dirigir por mais tempo e não perder tempo nas paradas para o sono e o descanso.
Nesses casos, o trabalho da Polícia Rodoviária Federal é abordar o motorista e encaminha-lo à polícia judiciária, que fará todo o procedimento de investigação e prisão. O motorista que for encontrado demonstrando estar sob o efeito de drogas é encaminhado para a polícia judiciária para atestar, através de laudo (Exame pericial), se ele realmente está sob influência de drogas.
Efeitos do rebite
• Aumento da freqüência respiratória
• Aumento da freqüência cardíaca
• Elevação da pressão arterial
• Redução de apetite
• Insônia
Efeitos da Cocaína
• Pode mostrar pequena melhora do desempenho na fase de euforia (fase inicial, cinco a trinta minutos).
• Apresenta comportamento de risco, quando tem rebaixamento da concentração, atenção, vigília, raciocínio.
• Dilatação das pupilas levando a dificuldade visual e com grande sensibilidade à luz.

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