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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Novo modelo para rodovias e ferrovias promete facilitar renovação da frota


O Programa de Investimentos em Logística para Rodovias e Ferrovias corrigirá distorções no transporte de cargas no País, entre elas a baixa profissionalização dos caminhoneiros e a subutilização e precariedade da malha ferroviária, disse nesta quinta-feira o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo. Ele falou durante o Colóquio Infraestrutura para o Desenvolvimento, organizado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), órgão de assessoramento da Presidência da República.
O presidente da EPL destacou que 70% do transporte de carga rodoviária no Brasil é feito por autônomos ou empresas com até quatro veículos. Segundo ele, o baixo nível de profissionalização e a remuneração deficiente não permitem que se melhore a frota de caminhões. “A idade média da frota de caminhões é 18 anos. Nossas mercadorias são transportados por veículos de 25, 30 anos. Esse é um quadro preocupante”, disse.
Figueiredo ressaltou que as linhas de crédito oferecidas nos últimos anos para estimular a aquisição de novos veículos não funcionaram como previsto. “A gente percebe que só as grandes empresas se interessaram. O trabalhador autônomo ficou de fora, pois ele trabalha na informalidade. (O autônomo) não é personalidade econômica que possa acessar uma linha de crédito”.
O Programa de Investimentos para Rodovias e Ferrovias corrigirá a situação, ao ofertar um crédito apropriado ao perfil dos caminhoneiros autônomos, disse o presidente da EPL. “O governo está criando uma linha de financiamento em condições absolutamente adequadas, com prazo grande de carência e amortização e taxas de juros muito baratas”, garantiu.
Figueiredo afirmou também que o investimento na malha ferroviária do Brasil, por meio de parceria público-privada, mudará a configuração do transporte de carga. Atualmente, 90% da movimentação de mercadorias no País são feitas via malha rodoviária. O motivo, segundo o presidente da EPL, é a precariedade das ferrovias.
“Temos infraestrutura construída há mais de 100 anos. O nível de serviço, tirando nichos modernos como Carajás e Vitória-Minas, é de baixo padrão. Os preços são formados em uma relação de cliente dependente de serviço monopolista”, declarou. Segundo ele, o novo modelo condicionará a concessão das ferrovias à modernização e criará um ambiente de competitividade. “(O modelo) vai gerar ganhos tarifários porque o preço será formado em ambiente competitivo”, declarou.
Lançado pela presidente Dilma Rousseff em 15 de agosto, o Programa de Investimentos em Logística para Rodovias e Ferrovias prevê aporte de R$ 133 bilhões em 25 anos. No total, serão concedidos 7,5 mil km de rodovias e 10 mil km de ferrovias. Os investimentos, nos próximos 25 anos, somarão R$ 133 bilhões, sendo que R$ 79,5 bilhões nos primeiros cinco anos. Nas rodovias serão aplicados R$ 42 bilhões e nas ferrovias R$ 91 bilhões.

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