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segunda-feira, 7 de maio de 2012

Uma mão amiga ao caminhoneiro


Eles ficam às margens das rodovias, à espera de caminhões, mas não querem carona. Os “chapas”, como são chamados, trabalham como orientadores de caminhoneiros que vêm de outros estados para fazer entregas e precisam de indicações para chegar ao destino.
“Acordo às 3h30 da manhã, chego aqui às 5h05 e a gente fica aguardando os caminhoneiros que se propõem a nos pegar aqui para trabalho“, afirmou Wilson “Chapa”, que atua na Rodovia Washington Luís (BR-040).
O caminhoneiro Everton da Silva, que vinha de Muriaé, em Minas Gerais, para fazer uma entrega em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, afirmou que é também um risco para os motoristas, mas aceita o serviço assim mesmo. “Dá medo, porque a gente vai mexer com pessoas que a gente não conhece. Então tem que ter fé”, afirmou o caminhoneiro.
O risco para os “chapas” que trabalham atravessando correndo a rodovia é grande, mas eles continuam indo todos os dias para as estradas em busca de trabalho. “A gente precisa disso aqui porque não temos trabalho de carteira assinada”, contou um “chapa”, que já viu um companheiro de trabalho ser atropelado e quebrar as duas pernas.
Depois que surgiram os aparelhos de GPS, que indicam por satélite o caminho para os motoristas, o trabalho para os “chapas” ficou mais difícil, mas eles afirmam que ainda são procurados e são mais confiáveis. “A modernidade só atrasou porque o GPS não leva os motoristas aonde querem ir. Às vezes o cara acha que está perto do endereço e não está, então, quer dar o preço ao nosso trabalho. E fala ‘Ah, então eu vou pelo GPS’. Aí acaba caindo dentro de uma favela”, afirmou um dos “chapas”.

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