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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Bens de capital de transportes impulsionam ano fraco da indústria


Andou de lado a indústria nacional no ano passado. Cresceu quase nada, 0,3%, bem menor que em 2010 (10,5%). “A própria elevação da taxa de juros, o nível de estoque elevado na maior parte dos setores, acabam sendo algumas das explicações para esse comportamento mais moderado que a atividade industrial construiu no ano de 2011”, afirma André Luiz Macedo, gerente de pesquisa do IBGE.
As montadoras investiram em design, em novas cores, mas, diante do preço dos importados, os carros produzidos no Brasil perderam o brilho e frearam o avanço da indústria na média. Na contramão, deslancharam os bens de capital, como os caminhões, que tiveram o melhor desempenho de todos os setores.
Instalada no Brasil há 55 anos, uma fábrica do setor nunca vendeu tanto como em 2011. “Quem mais comprou caminhão são todas as empresas que estão relacionadas a logística e, especificamente, no ramo de construção civil, de agricultura, de mineração e de infraestrutura como um todo no país”, diz Ronald Linsmayer, vice-presidente da operações de caminhões da Mercedes-Benz.
Caminhão não é como um carro, um bem de consumo. Caminhão é investimento. Só compra quem pretende ampliar a produção e vender mais, principalmente no Brasil, onde quase tudo é transportado por estradas.
O crescimento desse setor está diretamente ligado às necessidades de expansão das empresas brasileiras e a condução da economia no país. “No começo do ano passado, o governo adotou medidas para desestimular o consumo de bens de consumo duráveis, e automóveis estão dentro desta categoria. Caminhões é diferente, caminhões têm a ver com produção, investimento, e o governo, ao contrário, tem estimulado”, diz Celso Toledo, economista da LCA Consultores.

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