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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Justiça autoriza venda de terreno da Busscar na zona Sul de Joinville

Os R$ 7 milhões que devem ser arrecadados com a venda de um terreno na zona Sul de Joinville estão sendo considerados pela Busscar o empurrão que faltava para a retomada da produção. Nesta sexta-feira, o juiz Maurício Cavalazzi Povoas, da 5ª Vara Cível de Joinville, deu parecer favorável à operação, sob a condição de que a quantia será fiscalizada pelo administrador judicial do processo, Rainoldo Uessler, e terá seu uso exclusivo para a criação de capital de giro.
Segundo o juiz, a venda do imóvel é fundamental para o começo da recuperação judicial daquela que já foi uma das maiores fabricantes de ônibus do Brasil. No documento, Povoas ressalta que é evidente a utilidade e necessidade da alienação, uma vez que na atual situação das empresas, a obtenção de capital de giro é indispensável para a continuidade da produção.
O advogado da Busscar, Euclides Ribeiro S. Júnior comemora o consenso entre a 5ª Vara Cível e a 4ª Vara Trabalhista, sob comando do juiz Nivaldo Stankiewicz.
“A rapidez pela aprovação do pedido mostra que os juízes estão empenhados, unidos para que este caso tenha a melhor solução possível. É uma maravilha em termos de recuperação judicial, principalmente porque há procura muito boa do mercado. Existe uma demanda reprimida no setor e os clientes estão conversando com a Busscar praticamente todos os dias “, afirma o advogado.
“A expectativa é fechar mais encomendas nas próximas semanas. Os R$ 7 milhões representam o começo da virada. É daí que a Busscar vai mostrar para o mercado, para os trabalhadores e para a cidade que está voltando”.
O contrato de venda da área que fica no Itinga deve ser assinado na segunda-feira. A compradora, a empresa Sash Locação de Veículos Ltda., tem sede em Rio Negrinho, no Planalto Norte. O dinheiro deve entrar no caixa da Busscar no mesmo dia.
Além dos R$ 7 milhões, a empresa projeta captar outros R$ 81 milhões no mercado. A pretensão é arrecadar o valor com o pagamento das encomendas, empréstimos, financiamentos e a venda de outros bens, como a Tecnofibras, orçada em R$ 60 milhões. Obtendo um fluxo de caixa de R$ 86 milhões, a expectativa é de chegar a fabricar 1,8 mil ônibus em 2012.
Recurso deve ser usado na produção
O parecer emitido pelo juiz da 5ª Vara Cível diz que o valor da venda do terreno será usado para a fabricação de 16 ônibus – 14 encomendados pela Gidion e Transtusa, e dois pedidos pelas empresas Turismo Santo Antônio e Zutur. O Banco BIC já concedeu um empréstimo de R$ 1,4 milhão para a compra de matéria-prima e início da produção. Hoje, cerca de 300 funcionários estão trabalhando na fábrica.
R$ 10 milhões em dívidas em um mês
Conforme o último balanço do grupo, que se refere a novembro e foi protocolado nesta semana na Justiça, o Banco BIC é um dos maiores credores da empresa, somando empréstimos de quase R$ 38 milhões.
Segundo o administrador judicial do caso, Rainoldo Uessler, a dívida da Busscar com bancos e instituições financeiras deve chegar a mais de R$ 200 milhões. Só em novembro, o montante da dívida cresceu em mais de R$ 10 milhões – boa parte referente a juros e correções monetárias. Além do BIC, o BNDES e o Santander são os bancos com maior volume de dinheiro injetados na companhia.

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