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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Desafios para ser carreteiro


Conseguir a primeira oportunidade de emprego é uma das dificuldades que os aspirantes a motorista de caminhão enfrentam quando querem ingressar no mercado de trabalho. Sem experiência e com currículo pouco atrativo, têm a seu favor apenas o sonho, geralmente alimentado desde a infância, de um dia viajar pelas estradas do País. Ficou no passado o tempo em que para ser carreteiro bastava apenas aprender a dirigir, pois hoje para ser competitivo e ingressar na atividade é importante investir no currículo. Isso inclui se atualizar sobre as novas tecnologias disponíveis e se preparar através dos diversos cursos oferecidos por escolas especializadas em formar carreteiros.
Toda a modernização do setor de transporte rodoviário no Brasil e os caminhões cada vez mais sofisticados e potentes têm levado as transportadoras a buscarem no mercado profissionais preparados – e cada vez mais capacitados – para operarem seus veículos de maneira correta e eficiente. Outra medida para amenizar o problema de déficit de profissionais qualificados, e também dar oportunidade para os jovens sem experiência, é a formação de motoristas através de programas de treinamento oferecidos dentro da própria empresa.
No caso da TNT Express- que recentemente adquiriu a transportadora Mercúrio (em 2007) e a Expresso Araçatuba (em 2009) – os futuros candidatos a uma vaga na empresa devem ter dois anos de experiência na função, ensino médio completo e Habilitação para o tipo de veículo que será conduzido. Isto é, CNH categoria C ou D para motorista de coleta e entrega, e E para carreta/viagem. “O jovem pode iniciar a carreira como motorista desde que atenda os requisitos da empresa, ou ingressar em outras posições e participar do programa de formação para se tornar um motorista”, afirma Mariana Sanchez, gerente de recursos humanos e responsabilidade corporativa.

Para os seus funcionários interessados em atuar como motorista, a empresa disponibiliza o Programa Dirigir, que já formou mais de 400 profissionais e em um ano capacita o profissional. Esta foi uma maneira que a empresa encontrou para lidar com a escassez de motoristas qualificados no mercado de trabalho, principalmente em algumas regiões como o Norte e Nordeste. “O Programa é uma forma de os funcionários da TNT participarem do processo de recrutamento interno para as vagas de motorista. Formado, o colaborador poderá se candidatar às vagas abertas e ser recrutado. Essa é uma forma que encontramos para incentivar os colaboradores e, ao mesmo tempo, solucionar o problema da mão de obra qualificada na condução dos veículos”, explica.
O coordenador de treinamento da JSL, Érico Gomes, explica que na empresa o aspirante a carreteiro é treinado para ser um profissional, por isso há cinco anos mantém uma Escola de Formação de Motoristas para recrutar jovens sem experiência, com idade entre 22 e 23 anos (a companhia também captura mão de obra com outras faixas etárias) para ingressarem na carreira de motorista. A Escola tem 10 centros de treinamento espalhados pelo Brasil e em 2011, entre janeiro e novembro, passaram pelo curso cerca de 480 pessoas, com índice de retenção de 93%, reforçando a importância de dar mais oportunidades para os jovens que querem entrar no mercado profissional de motoristas.
“Na escola, o novo profissional passa por um curso intensivo de 377 horas, que contempla disciplinas como direção defensiva, direção econômica, procedimentos operacionais (treinamento em que são ensinadas as tecnologias de bordo do veículo), informática básica, atendimento ao cliente, alimentação saudável, entre outras. A ideia é formar profissionais com postura exemplar e alto padrão de qualidade em seus serviços”, comenta Gomes.
Antigamente, a profissão de motorista de caminhão, conforme explica o coordenador, era algo que se aprendia na prática, geralmente passada de pai para filho e envolvia paixão pela carreira. Diz que hoje em dia o interesse não é menor, a questão é a exigência de experiência cada vez maior e as oportunidades para os novatos que são escassas. “Antes de fundar a Escola, a JSL já tinha seu Centro de Treinamento, que existe há 10 anos, para atualização contínua de seus colaboradores. Desta maneira, como a companhia forma sua própria gente, não tem sofrido impactos por déficit de mão de obra qualificada”, afirma.
Gomes lembra também que os requisitos primordiais para ingressar na carreira de motorista profissional de caminhão e de carreta são, além da Habilitação, ensino médio completo e disponibilidade para viagens.
Para os interessados em se tornar profissionais autônomos (TAC), a Agência Nacional dos Transportadores Terrestres (ANTT) explica que de acordo com a Lei nº 11.442 de 5 de janeiro de 2007, artigo 2º, para exercer a atividade de transporte rodoviário de cargas em vias públicas, no território nacional, por conta de terceiros e mediante remuneração, o jovem, no caso Transportador Autônomo de Carga (TAC) dependerá de prévia inscrição no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC) da ANTT.
Para se regularizar, ele deverá comparecer em uma das unidades regionais da agência ou em um posto credenciado e comprovar requisitos como ter Cadastro de Pessoas Físicas (CPF ativo); Carteira de Identidade (RG); estar em dia com sua contribuição sindical e ser proprietário, co-proprietário ou arrendatário de, no mínimo, um veículo ou uma combinação de veículos de tração e de cargas com Capacidade de Carga Útil – CCU, igual ou superior a quinhentos quilos, registrados em seu nome no órgão de trânsito como de categoria “aluguel”, na forma regulamentada pelo Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN.
Além disso, o futuro motorista autônomo deverá ser aprovado em curso específico ou ter ao menos três anos de experiência na atividade. O curso específico para o transportador autônomo de carga ou para o responsável técnico deverá ser ministrado por instituição de ensino credenciada junto às Secretarias Estaduais de Educação ou em cursos ministrados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem em Transporte, Sistema “S” – determinado na resolução da 3056/2009, artigo 16. Para informações sobre nomes, telefones e endereços das entidades credenciadas, consultar o site da ANTT http://rn3.antt.gov.br ou entrar em contato com a ouvidoria do órgão através do telefone 0800 610 300
Os componentes do sistema são:
• Além das exigências estipuladas para o TAC, o futuro carreteiro deverá, de acordo com a ANTT, cumprir o que diz o artigo 15 do Decreto nº 96.044/88.
• Treinamento específico, segundo programa aprovado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran)
• Curso de Condutores de Veículos Transportadores de Produtos Perigosos, popularmente conhecido como MOPP – Movimentação e Operação de Produtos Perigosos – disciplinado pela Resolução Contran nº 168/2004 e suas alterações, e ministrado pelos órgãos ou entidades executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal e instituições vinculadas ao Sistema Nacional de Formação de Mão-de-Obra, como, por exemplo, o Sest Senat
• As informações referente a este tipo de transporte podem ser obtidas nos siteswww.antt.gov.br/legislacao.asp e www.denatran.gov.br/index.htm.

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