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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Caminhão a prazo



Comprar caminhão não é tarefa fácil. O carreteiro autônomo que o diga, principalmente para definir a forma de comprar a prazo, o que exige pesquisa para encontrar a melhor forma de pagamento entre as seis existentes (consórcio, Procaminhoneiro, Finame, cartão BNDES, Leasing e CDC). O interessado encontra todas essas opções nos bancos de montadoras, que são especializados nestas operações.
Para se ter uma ideia do tamanho desse mercado, de acordo com dados da Anef (Associação Nacional de Empresas Financeiras das Montadoras), da frota atual de veículos comerciais (caminhões e ônibus) estimada em 1,5 milhão, 66,7% (um milhão) são financiados, dos quais 74,3% possuem alienação fiduciária (CDC ou consórcio); 19,5% possuem arrendamento mercantil e 6,2% têm algum outro tipo de financiamento. E o crescimento desses números já pode ser identificado. “No período de janeiro a maio de 2011, na média, a cada 10 caminhões vendidos através de qualquer forma de pagamento, aproximadamente quatro são financiados através de bancos de montadora. Em igual período de 2010, a cada 10 caminhões vendidos três foram financiados pelos bancos de montadora”, informa Décio Carbonari de Almeida, presidente da Anef.
Atualmente, as seis principais montadoras do País podem financiar seus caminhões por meio de seus bancos ou de algum parceiro, como é o caso do Iveco Capital, uma divisão de negócios do Banco Fides. O trabalho de capitalização dos clientes começa na concessionária, quase como uma venda casada do produto e a forma de pagamento. O objetivo é mostrar as vantagens de se fechar o negócio ali mesmo. “Levamos em consideração alguns fatores que são descartados pelos bancos comerciais e empresas financiadoras. A avaliação de risco é feita de outra maneira”, garante o diretor comercial do Banco Fides, Jucivaldo Feitosa.

Desde outubro do ano passado, algumas instituições estão autorizadas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Economico e Social) a utilizar o FGI (Fundo Garantidor de Investimentos) – uma espécie de seguro contra inadimplências – e com isso, podem desburocratizar o processo de liberação de crédito. “É uma forma que nos permite ser mais agressivos nas vendas, porque garante certa liquidez ao negócio”, explica Feitosa. No entanto, o FGI também é concedido para os bancos comerciais, que começam a dar mais atenção ao segmento e buscam reaver uma boa fatia do mercado.
Por outro lado, os bancos de montadoras procuram mostrar vantagens. De acordo com Marcos Ferreira, gerente de marketing e desenvolvimento de negócios do Banco Volkswagen, o cliente pode ainda financiar todos os custos inerentes à aquisição do veículo, como acessórios, seguros e documentação, o que facilita o fechamento da compra. “Em 2010, a cada 10 caminhões novos vendidos na rede de concessionários por meio de um produto financeiro (CDC, Leasing ou Finame), o Banco Volkswagen foi responsável por aproximadamente seis deles. O nosso objetivo para esse ano é aumentar ainda mais a participação no financiamento de caminhões da marca”, projeta o executivo.
Um exemplo que mostra o poder de barganha dos bancos de montadoras é o resultado da campanha de venda do Actros a 0,80% ao ano, como destaca o diretor comercial do Banco Mercedes-Benz, Angel Martínez. “Em 2010, 84% dos Actros vendidos no País foram financiados pelo nosso banco”, diz. Ele reafirma o fortalecimento do setor de transporte de cargas no Brasil e justifica, em números, as boas perspectivas. “Ano passado financiamos 12.537 caminhões, que geraram R$ 2 bilhões (59% do total arrecadado pelo banco). Isso mostra o quanto levamos a sério esse segmento. Para 2011, a nossa perspectiva é financiar 14.700 caminhões, com um total previsto de R$ 2,45 bilhões”, projeta Martínez.
Caçula entre as montadoras, o Scania Banco está em atividade há pouco mais de um ano e opera o Procaminhoneiro. Alcançou 3,2% do volume total de negócios em dezembro passado, mas projeta alcançar 20% das vendas dos caminhões da marca até o final deste ano. “Em termos de valores fechamos 2010 com R$ 200 milhões de carteira e pretendemos encerrar 2011 rompendo a barreira de R$ 1 bilhão”, diz Roberto Martins, diretor do Scania Banco.
A Ford, por sua vez, oferece crédito para seus clientes por meio da Ford Credit, financeira oficial da montadora que atua em parceria com o Banco Bradesco para utilizar o FGI e também atender ao programa Procaminhoneiro. Conforme informações da assessoria da montadora, o volume de negócios da Ford Credit cresceu 56% em 2010, na comparação com o ano anterior. Com relação à comercialização de caminhões, o mercado trabalha com projeção na ordem de 5% para este ano. As vendas devem ser mais aquecidas no final do segundo semestre devido à introdução do EURO V, a partir de Janeiro/2012.
Já a Volvo, por meio da Volvo Financial Services Brasil, empresa do grupo responsável pelo financiamento dos produtos da marca no País, oferece aos seus clientes diversas alternativas de financiamento, desde Finame, CDC e Leasing, com prazos diferenciados nas várias modalidades, e também taxas competitivas em relação ao mercado. Outra modalidade que a Volvo Financial Services disponibiliza é o consórcio, uma importante ferramenta para aquisição e renovação de caminhões para os clientes da marca.

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