A Protege começou a atuar no segmento há um ano, tem quatro caminhões e planeja investir R$ 10 milhões para ter 25 unidades em operação nos próximos três anos. A Prosegur espera ter uma frota de dez caminhões até o fim de 2013. A Brink’s opera nesse segmento com 22 caminhões e 14 vans. Como os carros-fortes, os veículos são blindados e, por exigência de lei, tripulados por quatro vigilantes armados e treinados, dispensando escolta.
Para a Protege e a Prosegur, com forte atuação em transporte de valores, entrar nesse mercado significa ampliar a atuação para áreas não alcançadas pelo carro-forte, pelas restrições de tamanho do veículo e por este se concentrar quase que totalmente no transporte de malotes de dinheiro. Já a Brink’s iniciou sua atuação com o transporte de cargas especiais e depois partiu para carros-fortes. Fundada há mais de 150 anos nos Estados Unidos, a empresa chegou ao Brasil em 1966.
De acordo com Roberto Martins, gerente de logística global da Brink’s, esse serviço avança 30% ao ano e a companhia aumenta sua frota de acordo com a demanda. Martins vê um grande potencial nesse mercado com o crescimento econômico do Brasil nos últimos anos e o avanço de mercados como o de artigos de luxo.
Novos negócios, como o comércio eletrônico, também usam esse serviço para transportar produtos dos centros de distribuição. Para as varejistas, o frete representa cerca de 7% do preço de um produto vendido pela internet, de acordo com uma grande empresa de comércio virtual. Os valores dos contratos de transporte variam de acordo com o trecho, região e grau de risco, entre outros fatores. A procura pelo serviço cresce em datas fortes para o comércio, como o fim de ano.
Em 2011, o número de ocorrências cresceu 5,7% no Brasil em 2011 em relação ao ano anterior, segundo dados da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC). No período, foram registradas 13 mil ocorrências no valor de R$ 920 milhões. Cerca de 85% dos roubos são registrados no Sudeste. “Com o forte crescimento do Norte e Nordeste, percebemos situações de incremento importante nessas regiões”, diz Sergio França, diretor do negócio de logística de valores da Prosegur.
Para Mário Baptista, diretor geral do grupo Protege, mais importante que o valor roubado, é o prejuízo para uma indústria que precisa parar a produção, no caso de furto de matéria-prima, por exemplo. Segundo Martins, da Brink’s, o caminhão blindado com vigilantes a bordo é mais seguro do que um veículo seguido de carro de escolta. “É muito fácil o ladrão tirar a escolta de operação”, diz. França, da Prosegur, diz que o serviço de transporte de cargas especiais é importante para ampliar o leque da empresa e oferecer um serviço completo, que une serviços geralmente vendidos de forma separada, como transporte, escolta, tecnologia embarcada e gestão de risco em uma só solução.
“A gente transporta uma infinidade de produtos”, conta Martins. Alguns deles, pelo peso histórico e emocional, ou até mesmo por serem insubstituíveis, não têm um valor que possa ser colocado na ponta do lápis. É o caso da taça da FIFA, um violino Stradivarius, uma obra de arte ou de documentos como o original da carta de Pero Vaz de Caminha. A Brink’s também transporta moeda estrangeira e nacional, quando os bancos fazem grandes transferências. A empresa tem um time de cerca de 150 pessoas dedicadas ao negócio de cargas especiais no Brasil e também transporta esse tipo de carga por avião para 122 países, segundo o executivo.
Fonte: Valor Econômico
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