Visualizações

terça-feira, 13 de março de 2012

Evolução constante


Longe se vai o tempo do verdadeiro contorcionismo exigido dos motoristas para engatar uma marcha reduzida nos famosos Fenemê. Um gestual quase indescritível, que exigia cruzar os braços ao inverter as mãos para acionar duas alavancas de câmbio. Sem contar inúmeras outras peripécias e deficiências dos brutamontes do passado.
Comparados aos atuais, aqueles caminhões se assemelham a verdadeiras máquinas de tortura, tal a evolução tecnológica conhecida nas últimas décadas.
Como ressalta um esboço realizado pela Volvo: “Graças ao avanço tecnológico e a introdução de novos componentes e materiais, os caminhões, que dependiam da força do motorista para rodar, se transformaram em veículos confortáveis, econômicos, seguros e de alta produtividade”.
Sérgio Gomes, gerente de planejamento estratégico da Volvo do Brasil, lembra que “a eficiência do transporte é maior, pois a capacidade de carga aumentou e o tempo de traslado diminuiu”.
Potências e velocidades médias maiores, além de melhorias na combustão, resultam no fato concreto de que os cargueiros atuais são cerca de 50% mais econômicos do que os modelos de 30 anos atrás. Álvaro Menoncin, gerente de engenharia de vendas da mesma Volvo, acrescenta:
“O conforto para o motorista foi uma das características que mais mereceram atenção e investimentos. Um dos primeiros itens que contribuíram para uma condução mais leve e confortável foi a direção hidráulica.”
No mesmo caminho a suspensão mecânica evoluiu para maciez da suspensão a ar, ainda que tenham surgido novas soluções mecânicas com efeitos similares de conforto e menores danos ao pavimento.
“Os freios evoluíram muito. No início, para parar um caminhão o motorista precisava colocar todo o seu peso no pedal. Na sequência, vieram os sistemas hidráulicos, a vácuo e os pneumáticos”, lembra Sérgio Gomes.
Além de freios mais leves e poderosos, os veículos atuais contam com sistemas de frenagem complementares. Os Volvo, como os demais concorrentes, utilizam freio motor com potências de frenagem de 390, 410 e 500 cavalos, que são parelhas com o desempenho dos propulsores. E ademais também podem contar com o conhecido ABS e sistemas de freios inteligentes, como o EBS, Eletronic Brake System.
E os motores? Bom, há 30 anos produziam 250 cavalos, no máximo. Os FNM, naqueles tempos, tiveram o que se pode chamar de “motorzão”: 6 cilindros em linha, com 11 050 cm³ de cilindrada que produziam pífios 180 cavalos de potência. Hoje, na média, estão na faixa dos 440 cavalos. Lá fora, contudo, Volvo e Scania disputam potências em torno de 750 e 730 cavalos, respectivamente.
Sem contar que, apesar de todo esse jorro de potência, a emissão de poluentes reduziu drasticamente. Ao comparar os caminhões de 1990 com aqueles que chegam ao mercado em 2012, dentro das normas do Proconve 7/Euro 5, a redução é de 90% nas emissões de óxidos de nitrogênio (NOx), de 89% de monóxido de carbono (CO), e de 98% menos de material particulado.
Esse progressivo aumento no desempenho ainda trouxe a reboque consistentes melhorias na eficiência, como maior capacidade de carga e velocidade média. Basta lembrar que há 30 anos os veículos carregavam 41 toneladas rodando a uma velocidade média de 35 quilômetros por hora. Atualmente transportam até 74 toneladas, com velocidade média de 60 km/h.
E por fim contribuíram para a evolução as caixas de câmbio automatizadas e, portanto, mais inteligentes e que dispensam qualquer esforço do motorista. E, é claro, bem diferentes daquelas “reduzidas” dos Fênemes. Reduzidas em todos os sentidos: as primeiras caixas tinham três velocidades e nenhuma delas era sincronizada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário