Comparados aos atuais, aqueles caminhões se assemelham a verdadeiras máquinas de tortura, tal a evolução tecnológica conhecida nas últimas décadas.
Como ressalta um esboço realizado pela Volvo: “Graças ao avanço tecnológico e a introdução de novos componentes e materiais, os caminhões, que dependiam da força do motorista para rodar, se transformaram em veículos confortáveis, econômicos, seguros e de alta produtividade”.
Sérgio Gomes, gerente de planejamento estratégico da Volvo do Brasil, lembra que “a eficiência do transporte é maior, pois a capacidade de carga aumentou e o tempo de traslado diminuiu”.
Potências e velocidades médias maiores, além de melhorias na combustão, resultam no fato concreto de que os cargueiros atuais são cerca de 50% mais econômicos do que os modelos de 30 anos atrás. Álvaro Menoncin, gerente de engenharia de vendas da mesma Volvo, acrescenta:
“O conforto para o motorista foi uma das características que mais mereceram atenção e investimentos. Um dos primeiros itens que contribuíram para uma condução mais leve e confortável foi a direção hidráulica.”
No mesmo caminho a suspensão mecânica evoluiu para maciez da suspensão a ar, ainda que tenham surgido novas soluções mecânicas com efeitos similares de conforto e menores danos ao pavimento.
“Os freios evoluíram muito. No início, para parar um caminhão o motorista precisava colocar todo o seu peso no pedal. Na sequência, vieram os sistemas hidráulicos, a vácuo e os pneumáticos”, lembra Sérgio Gomes.
Além de freios mais leves e poderosos, os veículos atuais contam com sistemas de frenagem complementares. Os Volvo, como os demais concorrentes, utilizam freio motor com potências de frenagem de 390, 410 e 500 cavalos, que são parelhas com o desempenho dos propulsores. E ademais também podem contar com o conhecido ABS e sistemas de freios inteligentes, como o EBS, Eletronic Brake System.
E os motores? Bom, há 30 anos produziam 250 cavalos, no máximo. Os FNM, naqueles tempos, tiveram o que se pode chamar de “motorzão”: 6 cilindros em linha, com 11 050 cm³ de cilindrada que produziam pífios 180 cavalos de potência. Hoje, na média, estão na faixa dos 440 cavalos. Lá fora, contudo, Volvo e Scania disputam potências em torno de 750 e 730 cavalos, respectivamente.
Sem contar que, apesar de todo esse jorro de potência, a emissão de poluentes reduziu drasticamente. Ao comparar os caminhões de 1990 com aqueles que chegam ao mercado em 2012, dentro das normas do Proconve 7/Euro 5, a redução é de 90% nas emissões de óxidos de nitrogênio (NOx), de 89% de monóxido de carbono (CO), e de 98% menos de material particulado.
Esse progressivo aumento no desempenho ainda trouxe a reboque consistentes melhorias na eficiência, como maior capacidade de carga e velocidade média. Basta lembrar que há 30 anos os veículos carregavam 41 toneladas rodando a uma velocidade média de 35 quilômetros por hora. Atualmente transportam até 74 toneladas, com velocidade média de 60 km/h.
E por fim contribuíram para a evolução as caixas de câmbio automatizadas e, portanto, mais inteligentes e que dispensam qualquer esforço do motorista. E, é claro, bem diferentes daquelas “reduzidas” dos Fênemes. Reduzidas em todos os sentidos: as primeiras caixas tinham três velocidades e nenhuma delas era sincronizada.
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